Afinal, existe mulher histérica?!

sábado, 12 de setembro de 2009

Na verdade até existe, porém o conteito é aplicado errado no senso comum. O senso comum costuma se apropriar de certos termos científicos para fazer uso conforme sua criação.



No senso comum: a mulher histérica é aquele tipo que faz escândalos com uma roupa chamativa no super-mercado. Aquele tipo de pessoa que chama atenção, que gosta de gritar, etc. Bom, está errado.


Aliás, o termo histeria vem do grego ‘hystéra’, que quer dizer útero, por isso ele foi aplicado, no início, apenas pelas mulheres, onde o útero vagava pelo corpo dessas mulheres.
A histeria pode originar-se em homens e mulheres.


Definição: A histeria é uma psiconeurose cujos conflitos emocionais inconscientes surgem na forma de uma severa dissociação mental ou como sintomas físicos (conversão). Vamos entender melhor:


Os principais autores da histeria são Charcot (1825-1893 - neurologista) e Freud (onde da histeria acabou surgindo a Psicanálise).
Freud diz que a histeria são lembranças reprimidas (de muita intensidade emocional) para o inconsciente que:


- Na histeria conversiva haveria um conflito inconsciente, uma ansiedade que não consegue emergir para o consciente por mecanismos repressivos da própria mente (Superego) mas que contém uma energia que precisa se manifestar e acaba eclodindo como um sintoma físico que mantém uma relação simbólica com o conflito.
- Na histeria dissociativa , o estímulo é sentido de forma tão intensa que quebra a funcionalidade da própria mente, descoordenando-a e levando a pessoa a atos dissociados da realidade que a cercam por mais ou menos tempo.

Tá explicado! Isso explica alguns casos onde a Medicina não consegue explicar uma paralisia, ou alguma incidência fisiológica do paciente. A resposta pode estar aí, foi um conflito emocional reprimido que com a conversão se transformou num sintoma físico.
Um exemplo: Caso de uma paciente que fazia tratamento psicoterápico e não conseguia comer. Ela tinha 28 anos e 40kg. Ela sentia cheiro de comida e vomitava. Com as sessões, ela conseguiu chegar a um acontecimento estarrecedor. O pai dela era violento, batia nela, uma vez ela sentou para jantar e o pai dela jogou o prato em seu  rosto dizendo: “Quer comer?! Come então!” Ela ficou em choque, a comida escorria pelo rosto...mostrando um nojo, uma repulsa.... e ela desde então forçava para se alimentar.

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